top of page
Buscar
  • Foto do escritorEducom UFU

Professor Dennis de Oliveira visita a UFU e fala sobre jornalismo emancipador

Atualizado: 25 de out. de 2018

Por: Loise Monteiro



Dennis de Oliveira afirma que o importante para o jornalista é captar os sujeitos envolvidos nos eventos. (Foto: Loise Monteiro)

O professor Dennis de Oliveira, do curso de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), esteve na UFU para o Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as (COPENE), na última semana. Ele aproveitou para conversar com os alunos do curso de jornalismo sobre jornalismo e emancipação e cedeu uma entrevista para o Educomunicação UFU.


Para entender a necessidade do jornalista de se desprender das amarras obsoletas, o professor deu um panorama do cenário atual da comunicação. “As tecnologias da informação e da comunicação permitem que qualquer pessoa possa disseminar informações, através das redes sociais. Inclusive, de forma duvidosa, como as fake news”, relata. Assim, pondera que o jornalismo necessita se repensar enquanto atividade, pois perdeu o monopólio da novidade da informação.


Segundo Oliveira, o jornalismo tem ficado perdido diante deste cenário. O docente afirma que alguns veículos repercutem as informações que circulam na rede, outros adotam procedimentos burocráticos a pensá-las, meramente, como dados objetivos, falas e entrevistas ritualísticas ou protocolares. “Não são buscados elementos que podem ser importantes para a informação, formas de captação que humanize os fatos. Todos os eventos são produto dos seres humanos, e o importante para o jornalista é captar esses sujeitos envolvidos”, complementa.


O professor da USP considera Paulo Freire um grande pensador e um autor necessário de ser lido pelos discentes de jornalismo. (Foto: Loise Monteiro)

Desta maneira, o jornalismo passa por um período de perda de credibilidade para com o leitor. Ele se afasta da realidade, se burocratiza e se distancia do público. “Enquanto continuar nesse protocolo ritualístico, se igualará às informações das redes sociais”, afirma o professor. Para recuperar a confiança é necessário que haja a desglamourização do jornalismo e que o profissional passe a vivenciar a realidade.


Além disso, Oliveira aponta para a necessidade de aproximação entre a comunicação e a educação, pois os meios de comunicação se tornarem os principais educadores sociais. Pesquisas do Instituto Alana expõem que uma criança hoje fica, em média, cinco horas por dia em frente à televisão. Isso significa que grande parte dos valores e da sociabilidade da criança é feita pela mídia.


Dessa forma, o educador, que julga Paulo Freire não só como teórico da educação, mas como grande pensador, considera necessário que se crie essa interface. “É preciso que no espaço escolar se possa ter professores que consigam refletir sobre os conteúdos e valores que a mídia passa cotidianamente para as crianças e os adolescentes”, conclui.

15 visualizações0 comentário

Comentários


bottom of page