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  • Foto do escritorEducom UFU

A divulgação científica conquista espaço no YouTube

Por Lucas Figueira e Sara Camelo


O canal Kurzgesagt – In a Nutshell conta com mais de 13 milhões de inscritos no YouTube. Foto: Reprodução.

A pesquisa científica é algo que possui grande relevância na vida de todos. Sobretudo, no cenário pandêmico em que vivemos, tornou-se ainda mais importante por uma questão de saúde e segurança pública. Um dos pilares, quando falamos de ciência, é a divulgação científica, pois é por meio dela que a ponte entre cientistas e sociedade se firma.


Nos tempos atuais, as redes sociais são protagonistas nesta divulgação, principalmente, com a força que elas adquiriram durante o isolamento social. Além dessas mídias, vale ressaltar as plataformas de busca e as suas contribuições para a ciência. O YouTube se sobressai como uma das plataformas com mais alcance da internet, visto que possui mais de dois bilhões de usuários logados mensalmente, ficando atrás somente do Google.


Uma das principais características, que fazem do YouTube um dos grandes divulgadores da ciência, atualmente, são as possibilidades de criação de narrativas que ele permite. Carolina Fernandes é estudante de Jornalismo na UFU e está finalizando seu Trabalho de Conclusão de Curso, no qual analisa a narrativa dos vídeos do canal de divulgação científica Kurzgesagt – In a Nutshell. Para ela, os canais sobre ciência no YouTube contribuem para agregar ainda mais conhecimento aos usuários da plataforma. “Seja por animações, vlogs e tutoriais, conseguem envolver os telespectadores, criando comunidades que interagem com o conteúdo produzido”, diz.



O doutor em Comunicação Nuno Manna explica a importância da narrativa na elaboração de materiais de divulgação científica. Segundo ele, o discurso científico tende a apresentar pouca capacidade de engajamento com as pessoas leigas, por conta da linguagem complicada, baseada em dados e informações duras. “Quando a ciência se encontra com a narrativa, ela ganha vida, se humaniza e se aproxima da vida cotidiana. Uma história bem contada consegue transformar teorias e conceitos complexos em algo com que as pessoas conseguem se identificar, se envolver e produzir sentidos a partir das suas próprias experiências”, explica.


De acordo com a jornalista Manuella Reale, a ciência pode correr alguns riscos quando ganha espaço nas plataformas digitais. Em sua dissertação, intitulada O Sabor do Saber: divulgação científica em interação no YouTube, ela aponta: “Estar no YouTube é configurar-se como objeto de consumo, pois é próprio desse contexto ser mercadoria, o que tem reverberações políticas”.


Carolina Fernandes, que estuda a autora, frisa que, apesar disso, Reale afirma que existem, também, pontos muito positivos quando a ciência ganha lugar nas plataformas digitais, como por exemplo, a própria disseminação da ciência a todos os cantos do mundo. “A ciência não seria ciência se ela não estivesse correndo o risco”, conclui.

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