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Eleições 2018: como a educação é abordada nos projetos presidenciais

Por: Lucas Eduardo Silva e Leonardo Vassoler




O mês de outubro deste ano foi marcado pelas eleições para a presidência do Brasil, um dos cargos mais significativos da esfera política. Uma das pautas mais importantes e mais debatidas em todo esse período foi a educação. Baseando-se nisso, fizemos um levantamento dos planos educacionais dos dez principais candidatos à presidência do Brasil.


Jair Bolsonaro (PSL)


Foi o candidato mais bem pontuado, ficando com 46,03% dos votos válidos no primeiro turno. O candidato disputará o segundo turno com Fernando Haddad. Em seu plano de governo, Bolsonaro diz que a educação não deve ser doutrinadora, como é atualmente. Seu filho, Eduardo Bolsonaro, chegou a citar o conceito de educação de Paulo Freire como doutrinador. As diretrizes educacionais do candidato, portanto, são contrárias as matrizes de Freire e, também, dão mais importância a matérias que visam apenas fazer com que os alunos decorem informações. “Conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português” – retirado da pág. 41 do seu plano de governo.


Bolsonaro ainda defende uma inserção entre os sistemas de ensino, assim como uma integração entre a área de pesquisa, fazendo com que o pesquisador desenvolva sua pesquisa juntamente a uma empresa privada e visando transformar seus conhecimentos em “produtos”.


Fernando Haddad (PT)


O candidato está no segundo turnos das eleições e ficou com 29,28% dos votos válidos no primeiro turno. Suas propostas educacionais defendem forte atuação na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica, na reformulação do ensino médio e na expansão da educação integral. Haddad também fala sobre a transformação das escolas em ambientes de criação e desenvolvimento da curiosidade.


Além disso, aborda a elaboração de melhores condições de aprendizagem e, também, apoia a implementação de outra, melhor planejada, que incentive a troca de conhecimentos entre os estudantes a partir do diálogo, revogando a atual reforma do ensino médio do governo de Michel Temer. Essa reforma, proposta pelo governo de Temer, consiste, principalmente, em aumentar a carga horária das aulas, a não obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia e o “notório saber”, ou seja, os professores não precisam ser formados em cursos de licenciatura para dar aula.


Ciro Gomes (PDT)


A maioria das propostas do ex-candidato tratam de valorizar e a dialogar com os professores. No debate da Bandeirantes do dia 9 de agosto de 2018, Ciro Gomes fala em tirar a Educação Bancária das escolas. Esse conceito foi criado por Paulo Freire em 1968, no livro “Pedagogia do Oprimido” e condiz em apenas passar a matéria para os alunos e não os ensinar de fato. “Substituir o ‘decoreba’, por ensinar o aluno a pensar”, disse. Gomes ficou em 3º lugar, garantindo 12,47% dos votos válidos.


Geraldo Alckmin (PSDB)


O ex-candidato atingiu 4,76% dos votos válidos e suas propostas em relação a educação são apenas diretrizes gerais, não se aprofundando nos tópicos tratados. Alckmin apenas prega a valorização dos professores e o investimento como algo importante, sem tratar de como estão e quais são os assuntos abordados em sala de aula.


João Amôedo (NOVO)


Suas propostas educacionais consistiam em qualificação técnica aliada ao ensino, por exemplo, a base curricular da formação dos professores direcionada à metodologia e à prática do ensino. Amôedo também defende uma melhor formação dos jovens para o mercado de trabalho e a aproximação do ensino profissionalizante às demandas reais. O ex-candidato ficou com 2,50% dos votos válidos


Cabo Daciolo (Patriotas)


O ex-candidato atingiu 1,26% dos votos válidos e suas propostas se baseavam em um maior investimento na área educacional, melhorando a estrutura e o salário dos professores. Daciolo também propõe investir em bibliotecas, salas de leitura, laboratórios de informática e de ciências.


Henrique Meirelles (MDB)


Meirelles baseia suas propostas em reverter o quadro dos alunos que não sabem o “mínimo necessário para o ingresso no mercado de trabalho” – página 9 do seu plano de governo. Assim como a maioria, Henrique cita apenas mudanças estruturais, sem especificar mudanças na forma e na estrutura do ensino. O ex-candidato conquistou 1,20% dos votos válidos.


Marina Silva (REDE)


A ex-candidata tinha propostas basedas na inclusão, a partir da construção de um ensino primário e fundamental que atenda a condição de todos alunos. “Para enfrentar esse problema, adotaremos políticas para a valorização dos professores, com ações voltadas ao aprimoramento da formação pedagógica e dos planos de carreira” – retirado da pág. 10 do plano de governo de Marina Silva.


Ela também trata da questão estrutural. “A escola deve ser um lugar atrativo para nossos jovens. Investiremos em infraestrutura adequada, salas de aula e locais de convivência e apoio didático, como quadras esportivas e bibliotecas” – pág. 11 de seu plano de governo. A ex-candidata julga de suma importância interligar o ensino superior com a ciência, tecnologia e inovação. Silva ficou com 1,00% dos votos válidos.


Alvaro Dias (PODEMOS)


O ex-candidato conseguiu 0,80% dos votos válidos no dia 7 e seu plano para a educação é tratado de forma generalizada, misturando as propostas de educação com as de saúde. Ele fala que tem de melhorar a estrutura e a base da educação.

Guilherme Boulos (PSOL)


As políticas educacionais de Boulos visam a inserção de minorias e o aumento de investimentos. Ele propõe obrigatoriedade da disciplina de história no currículo escolar e, também, o aprofundamento em questões dos negros e dos indígenas, para que, segundo ele, não sentirem que foram apenas escravos. Boulos, no primeiro debate presidenciável, realizado pela Bandeirantes, propunha a implantação na educação no estilo Paulo Freire. Foi o único que citou o pedagogo. Ele também apoia que sejam transmitidas informações sobre questões de gênero, visando sempre diminuir os preconceitos.


“A política de educação deve pautar-se por uma lógica inclusiva, laica, e que garanta o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual como projeto de formação permanente da cidadania. É fundamental defender uma escola plural, socialmente referenciada e voltada para o pensamento crítico. É imprescindível combater a discriminação, o preconceito e o discurso de ódio no âmbito da educação, garantindo o respeito pelas diferenças que nos enriquecem como sociedade e prevenindo todas as formas de violência, bullying e assédio” – retirado da pág. 68 do plano de governo de Guilherme Boulos. O ex-candidato ficou com 0,58% dos votos válidos.


O site Educomunicação UFU realizou um levantamento, a partir dos planos de governo dos candidatos a presidência do Brasil em 2018, com o objetivo de contar a repetição da palavra “educação” e, assim, notar a relevância da discussão e o número de propostas sobre o tema dos políticos.




Para mais informações sobre os projetos dos candidatos que não se elegeram e os que ainda estão concorrendo no segundo turno acesse:


Jair Bolsonaro: https://goo.gl/8dsKCk

Fernando Haddad: https://goo.gl/8Tpp8j

Geraldo Alckmin: https://goo.gl/2GHZvU

João Amôedo: https://goo.gl/vvb1bk

Cabo Daciolo: https://goo.gl/9hkFtC

Henrique Meirelles: https://goo.gl/iT2hnk

Marina Silva: https://goo.gl/9ExrKh

Guilherme Boulos: https://goo.gl/CBA2G6


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