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  • Foto do escritorEducom UFU

A comemoração que quase ninguém sabe

Por Lucas Figueira e Sara Camelo



A cultura é algo que nos forma - e transforma - com o decorrer do tempo, seja por música, livros, arte, danças ou contos, somos constantemente transpassados pela sua capacidade de renovação. Sabe-se que cada pedacinho que nos constitui é resultado desse processo de construção que atinge tudo e todos dentro da sociedade.


Dia 31 de outubro é uma data que comprova um pouco desse frenesi cultural que movimenta várias camadas sociais, mas não por conta das abóboras ou dos doces adquiridos após a longa jornada do “Doces ou travessuras?”. Te convidamos a voltar os olhos para um elemento cultural um pouco mais próximo a você e, por contradição do destino, menos valorizado no país: o folclore brasileiro.


Hoje comemora-se o dia do Saci, o menino negro de uma perna só e carapuça vermelha, que possui influência indígena e africana. Famoso por ser perverso com quem é maldoso com o meio ambiente, é um dos personagens mais conhecidos do nosso folclore. A criação dessa data comemorativa teve início em 2003, com a lei n.° 2.479, que tem o intuito de promover a valorização do folclore nacional ao invés do Halloween, que é comemorado no mesmo dia em diversos lugares do mundo.


A importância de valorizar a cultura local se dá por conta, justamente, do poder de transformação que ela promove. Isso se torna ainda mais potente quando conservamos elementos culturais do território que estamos inseridos, pois eles dizem muito sobre a nossa história e o que nos trouxe até o momento presente, além de proporcionar uma transformação da nossa realidade. Sendo assim, o folclore brasileiro se torna um desses elementos que nos constituem como povo e, cada vez mais, ele vem se tornando um forte aliado na educação de crianças e adolescentes pelas escolas do Brasil.


Letícia Yamaguchi é pedagoga e professora da educação infantil. Para ela, é fundamental que exista esse resgate cultural dentro das salas de aula. “Buscamos introduzir o folclore aos poucos, desde pequenininhos por meio das histórias do Saci, da Cuca, que fazem parte do folclore brasileiro. Tentamos valorizar a nossa cultura, coisas que vão se perdendo ao longo do tempo.” conta.


A pedagoga fala também sobre as formas de promover a interação dos alunos por meio de programações que abordam o folclore. “Todo ano, no mês de agosto, que é considerado o mês do folclore, a gente faz uma programação de atividades que envolvem as histórias, os personagens, a culinária. Alguns avós participam das rodas de conversas contando histórias para as crianças também.”, relata. Segundo Letícia, por meio disso, as crianças começam a perceber o quanto o folclore está presente no nosso dia-a-dia, a partir dos alimentos, das roupas e das decorações, por exemplo.


Além de todos esses atributos que o folclore possui, um dos mais importantes é o poder que ele tem de aproximar as pessoas. Seja por uma roda de conversa, uma história antes de dormir ou um simples bate-papo com os avós, promove o partilhar de experiências. Em um mundo em que a empatia, o diálogo e a troca, parecem ser palavras tão distantes do nosso vocabulário, é importante prezar por uma cultura que está mais perto do que imaginamos e que, por meio dela, podemos promover uma transformação da nossa própria realidade.


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